quinta-feira, 14 de julho de 2011

O que se entende por síndrome de estocolmo?

Fonte da imagem: andreesteves.blog.br
Extraído de: LFG

*JULIANA ZANUZZO
Pode-se entender a Síndrome de Estocolmo como um estado psicológico inconsciente despertado na vítima de crimes como sequestro. Foi a partir de um famoso crime dessa natureza ocorrido em Estocolmo que surgiu a denominação da síndrome. Trata-se de um comportamento ambivalente, originado pela angústia e pelo temor que a vítima sente do agressor. Em algumas situações, quando o criminoso é surpreendido pela polícia, por exemplo, a vítima se mostra reticente à colaboração com a Justiça. Em algumas situações, surpreendentemente, a vítima torna-se cúmplice do criminoso.
É possível identificá-la também em casos de violência doméstica contra a mulher, quando, por exemplo, embora ela seja vítima de violência, nutre sentimento positivo em relação ao marido, fazendo a defesa dele em diversas situações. Idosos podem sofrer desse mal quando subjugados aos maus tratos da família, sofrem graves violências, mas não encontram alternativas de fuga real e vivem na ambivalência tormentosa. É o que ocorre também com crianças vítimas de abuso sexual. Por vezes, o agressor é o mesmo que o “agrada”, que o “protege” (ou deveria).

Comportamentos ambivalentes, frutos de sentimentos contraditórios, dificultam a busca pela elucidação do processo. Em algumas vezes, a própria denúncia é inexistente, pois a vítima não se sente em condições de delatar o agressor, alimentando a cada dia a impunidade.
Diante da complexidade existente nas relações humanas, cada vez mais os operadores do Direito devem estar atentos à totalidade da essência humana, atentos especialmente à vítima, o que vai muito além das frias páginas do processo.