Extraído de: Jornal de Uberaba
O brasileiro considera ruim a investigação feita pela Polícia Civil, o que dificulta o acesso à Justiça; que os cidadãos mais ricos são os que consideram a Justiça mais rápida e que problemas de família, nas relações de trabalho e entre vizinhos são os três conflitos mais comuns enfrentados pelo brasileiro. Foi o que detectou a pesquisa Sistema de Indicadores de Percepção Social (Sips Justiça) realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgada ontem. Foram ouvidas 2.722 pessoas de todo o país.
A pesquisa neste ano segmentou o sistema de justiça por magistratura, Ministério Público, Defensoria Pública, advocacia e polícia judiciária, pontuando de zero, que equivale à avaliação “muito mal”, um é “mal”; dois é “regular”, três é “bem” e quatro a “muito bem”.
A Polícia Civil, que está com movimento grevista e é responsável pela investigação que, em tese, origina os inquéritos que subsidiarão a análise da promotoria, a qual, por sua vez, remete os casos, já como denúncias, ao Poder Judiciário para abertura ou não de processos, teve a pior avaliação, 1,81. Depois vieram os advogados, com nota 1,96; defensores públicos (2,04), seguidos pelos juízes (2,14). Policiais federais e promotores tiveram o melhor desempenho, empatados com 2,20.
A pesquisa detectou que 24,86% das queixas são relacionadas a problemas familiares, que os brasileiros não gostam de levar todos os conflitos para a Justiça e que problemas com empresas com as quais fez negócio é o que os brasileiros menos gostam de acionar a Justiça. O único caso em que o brasileiro se mostra bastante disposto a acionar a Justiça são os problemas com crime e violência.
O estudo avaliou, ainda, rapidez, acesso, custo, decisões justas, honestidade e imparcialidade. Rapidez obtém a pior classificação de todas as variáveis da pesquisa. Já os cidadãos que mais sentem os custos da Justiça são os negros, que deram a pior nota nesse quesito (1,32). Apesar de o Sudeste concentrar um maior número de varas judiciais, os cidadãos dessa região são os mais críticos no quesito acesso à Justiça (nota 1,38). Já na Região Norte, onde a quantidade de varas por área é muito menor, os cidadãos são os mais otimistas em relação ao acesso (nota 1,66). (MGS)
Acesse a pesquisa na íntegra clicando aqui.